domingo, 22 de setembro de 2013

Idoso teme estigma do aparelho auditivo.

Vaidade, vergonha e preço desestimulam quem não ouve direito a procurar tratamento; estimativa é que 7 mi não procuram atendimento.25/08/2010 - por Fernanda Calgaro na categoria 'Artigos'Fonte : http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/artigos/idoso-teme-estigma-do-aparelho-auditivo.html 
Quando uma pessoa não enxerga bem, procura um oftalmologista e passa a usar óculos sem nenhum constrangimento ou vergonha. Porém, por medo de ser estigmatizado, muitas vezes, quem tem dificuldade para ouvir não reconhece a necessidade de se consultar com um médico otorrinolaringologista e rejeita o uso do aparelho auditivo.
Associado normalmente à senilidade, esse tipo de deficiência esbarra no preconceito existente principalmente entre as pessoas da terceira idade, que refutam a idéia de admitir e mostrar que sofrem desse problema.
"O uso do aparelho é estigmatizante, porque muitas vezes a deficiência auditiva é tratada pelas pessoas meio na gozação, de forma pejorativa", afirma a diretora da faculdade de fonoaudiologia da PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica), Altair Cadrobbi Pupo, a professora Lila. Outro motivo alegado pelo não uso do aparelho é a questão estética. "Existem casos em que a pessoa não usa por pura vaidade", diz. Há também a questão financeira, pois o preço do aparelho, dependendo do modelo e da tecnologia, pode variar de cerca de R$ 1.000 a cerca de R$ 7.000.
Ainda sim, Pupo ressalta que nos últimos anos a aceitação pelo idoso tem sido cada vez maior. "A pessoa da terceira idade está mais preocupada em garantir qualidade de vida e ter inserção social", avalia. "Além disso, os aparelhos têm se modernizado e estão mais potentes e miniaturizados, o que os torna muito discretos."
Convívio social
Segundo dados estimados da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) -ramo da medicina que se ocupa dos ouvidos-, dos quase 18 milhões de idosos no Brasil, o equivalente a cerca de 10% da população do país, aproximadamente 70% das pessoas acima de 65 anos -ou 12 milhões- têm alguma perda auditiva. Desse total, 7 milhões (ou 60%) precisariam de aparelho de amplificação sonora, mas não o fazem por preconceito ou desinformação.
Para o otorrinolaringologista e diretor da SBO, Luis Carlos Alves de Sousa, "as limitações da surdez são bem maiores do que as da cegueira, porque prejudicam, entre outras coisas, a abstração do pensamento". "O idoso é alijado do convívio social. Ele se sente um estorvo. Precisa aumentar muito o volume da televisão para ouvir e atrapalha o resto da família. Não consegue participar das conversas e acaba se isolando", relata Sousa. "A convivência saudável é fruto de uma boa audição."

"Meu contato com o mundo melhorou 90%. Antes ficava mais recluso e disperso nas conversas, agora estou mais participativo", conta o aposentado Francisco Mellinger, 75, que usa aparelho auditivo há três meses. "Estou radiante com essa nova realidade".
A dona-de-casa Itália Simões Santos, 78, ou Nina, como é chamada, compartilha dessa opinião. "Começaram a falar que eu já não estava mais escutando direito, não entendia parte da conversa. E eu não queria me isolar."

Miniatura
O aparelho de amplificação sonora individual (AASI) é um dispositivo eletrônico que aumenta os sons, possibilitando que o indivíduo com deficiência auditiva consiga escutar.
Os modelos de aparelhos são o retroauricular, que é colocado atrás da orelha e é indicado para perdas leve a severa, e os intra-aurais, que ficam dentro da orelha e se subdividem em intra-auricular, intracanal e microcanal. No caso dos intra-aurais, os aparelhos são confeccionados a partir do molde da orelha da pessoa. O intra-auricular ocupa a parte da concha e o conduto auditivo. Já o intracanal ocupa o conduto auditivo e uma parte da concha, enquanto que o microcanal fica no conduto auditivo externo. Os tipos de tecnologia são analógica, digital e híbrida, que é uma mistura das duas primeiras.
Segundo Deborah Ferrari, fonoaudióloga do Centro de Pesquisas Audiológicas do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofacias (Centrinho), da USP, em Bauru, "o paciente deve ter em mente que o aparelho supre as dificuldades causadas pela perda da audição, mas não substitui o ouvido humano".


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Fique atento: Próteses e órteses terão taxas especiais de financiamento.


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Fonte: Blog Passo Firme
A edição 2012 da Feira Reabilitação, realizada pela HOSPITALAR, rendeu bons frutos para as pessoas com deficiência que necessitam de produtos de tecnologia assistiva, como próteses e órteses, por exemplo. Após encontros e pedidos ao Governo Federal, a proposta da Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec) para ampliação da lista de produtos de tecnologia assistiva, dentro do Plano Viver Sem Limites, foi aceita pela Secretaria da Pessoa com Deficiência, e já estará valendo a partir de setembro. Com a alteração, o número de equipamentos com taxas especiais subsidiadas pelo Banco do Brasil passará de 30 para mais de dois mil itens. Além disso, durante a feira foi oficializada a realização do I Congresso Abotec-ISPO-Brasil de Órteses, Próteses e Reabilitação, que acontecerá em 2013 junto com a Reabilitação, em São Paulo.

Na nova lista de produtos de tecnologia assistiva estarão incluídas órteses e próteses ortopédicas que, segundo estimativas da Abotec, são usados por aproximadamente metade da população de 45 milhões de pessoas, que possuem algum tipo de deficiência no Brasil. As taxas de juros são de 0,44% ao mês para produtos até R$ 5 mil, e 0,64% para equipamentos acima desse montante. “Achamos importante o entendimento do Governo Federal às sugestões da Abotec para que fossem atendidos também essa parcela significativa de pessoas com deficiência nos país. Essa é uma grande etapa vencida, mas ainda temos de fazer pelo setor e pelos nossos pacientes”, afirma Joaquim Cunha, presidente da associação.
De acordo com o assessor da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Fernando Ribeiro, esta integração entre as associações e empresas e o Governo serão fundamentais para o benefício da população que precisa de incentivos para produtos com tecnologia assistiva. “Vemos de maneira significativa essa parceria entre a indústria e o poder público. Os resultados disso ajudarão desde o setor produtivo, com aumento na escala de mercado e demandas dos seus produtos, até o paciente que terá mais opções de onde comprar, atendendo ao mesmo tempo, mais diversidades”, analisa.
I Congresso ABOTEC – ISPO-Brasil de Órteses, Próteses e Reabilitação
Durante a feira, a ABOTEC e ISPO-Brasil lançaram oficialmente o I Congresso ABOTEC ISPO-Brasil de Órteses, Próteses e Reabilitação, evento que contará com a presença de especialistas internacionais e será realizado juntamente com a Reabilitação 2013, no Parque do Anhembi entre os dias 30 de julho e 1º de agosto. Para a presidente fundadora da Reabilitação, Waleska Santos, a realização do congresso dará uma contribuição importante para a feira. “As portas da reabilitação estão abertas para Abotec e a ISPO-Brasil. Sem dúvidas, o setor com um todo será o maior beneficiado com a integração desses dois grandes eventos. Estamos felizes de honrados de termos sido os escolhidos para essa junção”, explica.
Aproximação com o Governo Federal
Durante o painel de Observatório de Tecnologia Assitiva, realizada na Feira Reabilitação, a ABOTEC foi convidada juntamente com a Abteca (Associação Brasileira de Tecnologia Assistiva) e a Abridef (Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência) para auxiliarem o Ministério da Saúde no programa de capacitação e implementação de Centros de Referência, que deve implantar em todo o país 60 oficinas ortopédicas e formar cerca de 660 profissionais da área. “Deixo aqui oficializado o meu convite para que as associações nos auxiliem na implementação desse plano”, enfatizou Eduardo Jorge, diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Ministério da Saúde.


O mais novo espaço da Fonoaudiologia em Brasília

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Fonoaudiologia e a Psicomotricidade



Fonoaudiologia e a PSICOMOTRICIDADE


Assim que iniciei a atuar em terapia fonoaudiológica, mais especificamente com gagueira, constatei que necessitava de algo mais do que o obtido na graduação em Fonoaudiologia. Embora todo o aprendizado efetivo fosse de primeira categoria e altamente atualizado, o contato direto com o indivíduo que gagueja fez-me perceber a presença marcada do corpo, do intelecto e do emocional em qualquer produção de fala e a necessidade de aprofundar meus conhecimentos nessas áreas.

Foi assim que iniciei meus estudos em Psicomotricidade.

Muitas pessoas possuem uma visão restrita e inadequada da Psicomotricidade, entendendo-a como sinônimo dos exercícios visomotores utilizados na pré-escola, uma vez que essa pequena faceta foi bastante divulgada há algumas décadas atrás. Por isto é importante rever esses conceitos, e saber que, segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade:

Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. 

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. 

Ou seja, Psicomotricidade se refere à profunda integração entre o movimento, o intelecto e o afeto que ocorrem no corpo do indivíduo, que permite que ele se perceba, atue e se expresse no mundo. Fica implícita nessa afirmação que uma abordagem que busque favorecer a fluência de fala, não pode se fixar em reeducar movimentos articulatórios ou respiratórios, nem sequer buscar sanar supostos problemas emocionais que perturbam o indivíduo, mas que deve visualizar o indivíduo como um todo e dentro desse todo, elencar os aspectos viáveis de serem fortalecidos ou modificados.

Meu primeiro contato com a Psicomotricidade foi através da formação em Psicomotricidade Ramain, uma abordagem de origem francesa criada por Simonne Ramain e difundida no Brasil através da própria, que posteriormente legou a Solange Thiers sua coordenação. 
Leia mais a respeito em PSICOMOTRICIDADE: Ramain

Muitos anos depois, acompanhando as inovações que Solange Thiers fornecera à abordagem tradicional do Ramain, ao embasar psicanaliticamente sua atuação, iniciei nova formação, em Sócio-Psicomotricidade Ramain-Thiers. 

No término do curso apresentei a monografia na qual faço um estudo das transformações na história da Psicomotricidade, em um desejo de entender o processo que foi norteando seus momentos. A conclusão a que chego é sobre a amplitude da abordagem Ramain-Thiers que, sem abandonar os enfoques da visão tradicional, fortalece-os com uma visão ainda mais ampla do que a anterior, agregando os aspectos psicanalíticos e sociais.

É um grande conforto constatar que a Fonoaudiologia, cada vez mais, também chega a essa visão integrada do indivíduo, o que facilita sobremaneira meu trabalho clínico, no qual busco atuar de modo coeso, sob um enfoque amplo e abrangente.

Acesse a monografia de conclusão do curso em PSICOMOTRICIDADE: Ramain-Thiers 

O que é a Fonoaudiologia ?



Quem é o fonoaudiólogo?

O fonoaudiólogo é um profissional de Saúde e Educação, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua de forma autônoma e independente nos setores público e privado. É responsável pela promoção da saúde, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos da função auditiva periférica e central, da função vestibular, da linguagem oral e escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas miofuncional, orofacial, cervical e de deglutição. Exerce também atividades de ensino, pesquisa e administrativas.
Onde o fonoaudiólogo atua?
O fonoaudiólogo é atuante em - unidades básicas de saúde, - ambulatórios de especialidades, - hospitais e maternidades, - consultórios, - clínicas, - home care, domicílios, - asilos e casas de saúde, - creches e berçários,
- escolas regulares e especiais, - instituições de ensino superior, - empresas,
- veículos de comunicação (rádio, TV e teatro) e - associações.
Quais as especialidades da Fonoaudiologia?
Cinco especialidades são hoje reconhecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia:
Audiologia. Por meio da audição é que se adquire, normalmente, a comunicação oral. Doenças na gestação, infecções de ouvido, uso indiscriminado de medicamentos, exposição a ruídos intensos e outros podem causar alterações auditivas, comprometendo a comunicação e a qualidade de vida do indivíduo.
Linguagem. É a especialidade que trabalha com os aspectos que envolvem a comunicação oral e escrita. O seu desenvolvimento dá-se desde a infância até a idade adulta. Pessoas com problemas de comunicação (expressão e compreensão) podem ter dificuldades na sua integração social e profissional.
Motricidade.  Nesta especialidade, o fonoaudiólogo habilita/reabilita funções relacionadas a respiração, sucção, mastigação, deglutição, expressão facial e articulação da fala, propiciando melhores condições de vida e de comunicação.
Saúde Coletiva. É um campo da Fonoaudiologia voltado a construir estratégias de planejamento e gestão em saúde, no campo fonoaudiológico, com vistas a intervir nas políticas públicas, bem como atuar na atenção à saúde, nas esferas de promoção, prevenção, educação e intervenção, a partir do diagnóstico de grupos populacionais.
Voz. Representa a identidade do indivíduo, pois expressa seus sentimentos. É produzida pelas pregas vocais e quando estas não funcionam adequadamente, a voz é alterada, podendo ficar rouca, abafada, soprosa, comprometendo o trabalho e a vida pessoal. O fonoaudiólogo previne, avalia e trata os problemas da voz falada (disfonias), cantada (disonias) e ainda aperfeiçoa os padrões vocais.
Qual é a origem da profissão?
A Fonoaudiologia é uma ciência estudada de forma sistemática nas universidades em mais de uma centena de países do mundo e existe formalmente há mais de um século. A primeira referência formal é de 1900, quando a Hungria reconheceu a profissão e criou a primeira faculdade de Fonoaudiologia no mundo.
No Brasil, sua história é ainda mais antiga, se considerada a sua associação com a da Educação  Especial. A primeira marca identificatória da profissão é da época do Império, com a criação, em 1854, do Imperial Colégio, voltado para meninos cegos (hoje, Instituto Benjamim Constant), seguido, no ano seguinte, com a criação do Colégio Nacional, destinado ao ensino dos deficientes auditivos. Em 1912, documentos comprovavam que  a Fonoaudiologia já se diferenciava da educação especial, com o início de pesquisas específicas, relacionadas aos distúrbios da voz e da fala, e  com a implantação de cursos de orientação a professores.
Quando foi regulamentada no Brasil?
Desde a década de 30 já se detectava a idealização da profissão de Fonoaudiólogo, oriunda da preocupação com a profilaxia e a correção de erros de linguagem apresentados pelos escolares.
Três décadas se passaram até que se desse início ao ensino da Fonoaudiologia no país. Isto ocorreu na década de 60, com a criação dos cursos da Universidade de São Paulo (1961), vinculado à Clínica de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1962), ligado ao Instituto de Psicologia. Ambos ainda estavam voltados à graduação de tecnólogos em Fonoaudiologia.
Nos anos 70, tiveram início os movimentos pelo reconhecimento dos cursos e da profissão. Foram criados, então, os cursos em nível de bacharelado. O da Universidade de São Paulo foi o primeiro a ter seu funcionamento autorizado, em 1977. Hoje são 31 os cursos reconhecidos no país.
Sancionada em 9 de dezembro de 1981, pelo então presidente João Figueiredo, a Lei n° 6965, que regulamentou a profissão de Fonoaudiólogo, veio ao encontro dos sonhos de uma categoria profissional, que ansiava ser reconhecida. Além de determinar a competência do Fonoaudiólogo, com a lei foram criados os Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia (hoje os Regionais são em número de sete; o da 2ª. Região possui jurisdição sobre o Estado de S.Paulo), tendo como principais finalidades a fiscalização e orientação do exercício profissional. As atividades dos Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia tiveram início efetivo em 1983.
Em 15 de setembro de 1984 foi aprovado o primeiro Código de Ética da profissão, que elencava os direitos, deveres e responsabilidades do Fonoaudiólogo, inerentes às diversas relações estabelecidas em função de sua atividade profissional. Este texto foi revisado em 1995, em decorrência do crescimento da profissão, da ampliação do mercado de trabalho do fonoaudiólogo e da maior conscientização da categoria.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

AUTISMO: Na intervenção fonoaudiológica é preciso avaliar e iniciar a terapia o quanto antes.


http://www.revistaautismo.com.br/

por Renata de Lima Velloso

Nos casos de autismo ou transtornos do espectro autista (TEA), é de extrema importância a adequada avaliação e intervenção de linguagem, uma vez que é um aspecto notadamente comprometido. As alterações de linguagem influenciam no prognóstico destes quadros, podendo variar de acordo com a severidade do quadro. A  adequada avaliação de linguagem auxiliará no  diagnóstico e pro-verá um adequado planejamento de intervenção.

A habilidade de linguagem se desenvolve em diferentes níveis de forma ordenada e contínua: o nível fonológico (fonemas, sons da fala formando palavras), sintático (formação de sentenças), lexical (vocabulário), semântico (significado) e pragmático (uso funcional da comunicação). Na intervenção, serão trabalhadas as habilidades necessárias, ou seja, os aspectos onde foram apresentadas dificuldades durante a avaliação.

Um aspecto muito importante na intervenção dos quadros de TEA é a comunicação funcional. Os indivíduos com TEA em sua maioria apresentam dificuldade em utilizar a linguagem com funções comunicativas em um contexto de interação, em iniciar a comunicação e mantê-la de forma funcional, ou seja, apresentam alteração no nível pragmático.

Podem apresentar dificuldades de nível fonológico e sintático, como atraso ou ausência de fala, alterações de articulação, de prosódia (fala monótona), inversão pronominal (uso de “ele”, em vez de “eu”) e ecolalia (repetição da fala dos outros). Nos casos de ausência de fala, deve-se pensar junto à família a necessidade do uso de um sistema de comunicação suplementar e alternativa.

Outras dificuldades são comumente observadas no nível semântico, como a rigidez de significados (um único significado para um significante, acarretando dificuldades para a compreensão de ambiguidades e metáforas - muito comuns em piadas).

Outro aspecto alvo na intervenção é a teoria da mente, pois os indivíduos com TEA apresentam normalmente dificuldade na compreensão do estado mental dos outros e do seu próprio, não conseguem se colocar a partir do ponto de vista do outro, dificultando muito o diálogo e a interação social.

A habilidade de atenção compartilhada é um dos componentes que auxiliam na construção da Teoria da Mente e essencial também na intervenção. O foco da intervenção desta habilidade está em fazer com que o indivíduo com TEA consiga dividir adequadamente sua atenção entre os objetos e eventos a seu redor, usando contato ocular, gestos e/ou vocalizações.

Os jogos sociais têm um papel significante no desenvolvimento da habilidade de compartilhar interesses e no desenvolvimento da linguagem. É também muito importante que o processo de simbolização (capacidade simbólica, brincadeiras de faz-de-conta, imaginação) seja também trabalhado em intervenção. Esses aspectos podem ser trabalhados em terapia fonoaudiológica, visando a adaptação do indivíduo com TEA a contextos educacionais e sociais. A intervenção com orientações junto à escola e a casa dos indivíduos complementa o trabalho realizado em consultório.

As avaliações específicas das diferentes especialidades envolvidas completam-se como atividade de equipe, é muito importante a avaliação e discussão multidisciplinar. É essencial também o conhecimento por profissionais que atuam na área da saúde e infância, a respeito do desenvolvimento esperado na normalidade, para identificação precoce de possíveis desvios e condutas adequadas. O diagnóstico precoce possibilita intervenções terapêuticas e educacionais mais produtivas.

Renata de Lima Velloso é fonoaudióloga do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo (SP), além de ser mestre e doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e trabalhar com autismo desde 2002, e-mail:  relimavelloso@yahoo.com.br

DPAC (Distúrbio do Processamento Auditivo Central X TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM



Para conseguirmos ouvir necessitamos da integridade de todas as estruturas do no sistema auditivo. As estruturas envolvidas no processo da audição são didaticamente divididas em três grupos, o ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno
1- O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular e o canal auditivo
2- O ouvido médio é formado pela membrana timpânica e, a cadeia ossicular ( martelo, bigorna e estribo)
3- O ouvido interno é composto pela cóclea e os canais semicirculares.
Como ouvimos os sons? O pavilhão auricular é responsável por captar os sons provenientes do ambiente, que são conduzidos pelo canal auditivo até chegar a membrana timpânica. O tímpano recebe então esta vibração vinda das ondas sonoras e, a transmite aos ossículos, movendo o martelo que faz vibrar a bigorna e por sua vez vibra o estribo. O estribo está anatomicamente ligado à cóclea pela janela oval (pequeno orifício), que lhe transmite o sinal elétrico. A cóclea está conectada ao nervo vestíbulo-coclear, VIII par craniano, que envia a este o impulso nervoso. O impulso nervoso é conduzido ao centro de audição do córtex cerebral, que é responsável por interpretar estes sinais nervosos.
O que é Processamento Auditivo Central (PAC)? “Processamento auditivo se refere aos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos sonoros. Estes processos acontecem no sistema auditivo periférico e no sistema auditivo central. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experienciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir.” É o processo de decodificação das ondas sonoras desde a orelha externa até o córtex cerebral, ou seja, a capacidade de analisar, associar e interpretar as informações sonoras que nos chegam pelo sentido da audição.Quais são as habilidades auditivas centrais testadas?Como ainda não conseguimos identificar com detalhes como o sistema auditivo realiza o processamento auditivo, identificamos algumas habilidades que devem ser testadas:


Atenção seletiva: é a capacidade de selecionar estímulos, é avaliado através de estímulos verbais de escrita dicótica.
Detecção do som: é a capacidade de perceber, identificar a presença de um som , é avaliado através de audiometria , discriminação vocal , timpanometria e pesquisa de reflexo.
Sensação sonora: é quando um estímulo é recebido pelo sentido da audição , é quando o indivíduo tem a sensação se o som é alto ou baixo , forte ou fraco ,longo ou curto.
Discriminação: é o processo de detectar diferenças entre os estímulos sonoros.
Localização: é saber local da origem do som, é avaliado através da localização sonora em cinco direções.
Reconhecimento: requer aprendizado, é avaliado através de logoaudiometria pediátrica, para o reconhecimento de frases na presença de mensagem.
Compreensão: dar significado ao som escutado.
Memória: arquivar informações e recuperá-las quando houver necessidade , é avaliado através de memória seqüencial para sons verbais (pa ,ta, ca) e não verbais (guizo, coco, sino, agogô).


DPAC X TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
O que é um distúrbio do processamento Auditivo Central (DPAC)? “É uma falha no desenvolvimento das habilidades perceptivas auditivas”; mesmo com audição normal, é totalmente diferente de perda auditiva. Em geral encontra-se associado a dificuldades de aprendizagem.Crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem tem dificuldades em vários aspectos do processamento auditivo lingüístico e apresentam falhas cognitivas .É possível que comprometimentos lingüísticos ou cognitivos possam ser resultantes de problemas perceptuais.


Sintomas do Distúrbio do processamento Central Auditivo (DPAC):



- Apresenta dificuldade em manter atenção aos sons;
- Dificuldade em escutar em ambientes ruidosos;
- Dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita;
- Dificuldade em compreender o que lê;
- Necessidade de ser chamado várias vezes ("parece" não escutar);
- Não entende o que foi dito;
- Solicita com freqüência a repetição das informações: Ah? O quê? Pode repetir?
- Dificuldade em entender expressões com duplo sentido ou piadas ou idéias abstratas;
- Dificuldade ao dar um recado ou contar uma história;
- Problemas de memória para nomes, datas, números e etc;
- Dificuldade em acompanhar uma conversa, aula ou palestra com outras pessoas falando ao mesmo tempo;
- Problemas de fala (troca /L/R/S/E/CH/), principalmente os sons /R/ e /L/;
- Alterações de pronúncia;
- Dificuldade em localizar a origem dos sons.
- Dificuldades com o significado das palavras;
- Inversões de letras;
- Dificuldade em associar letras do alfabeto com seus respectivos sons;
- Rendimento escolar Inferior em leitura, gramática, ortografia, matemática;
- Dificuldade em aprender uma língua estrangeira.

O que pode causar o DPAC?



 - Genética, um grande número de casos é hereditário, pais e filhos apresentam características semelhantes;
- Otites freqüentes durante os 3 (três) primeiros anos de vida (Processos alérgicos respiratórios, tais como sinusites, rinites e até mesmo refluxo gastro-faríngeo estão comumente associados);
- Permanência em UTI-Neonatal por mais de 48 horas;
- Experiências auditivas insuficientes durante a 1ª infância.

Os sintomas comportamentais de crianças encaminhadas para a avaliação do PAC:



- Crianças com alteração de comportamento, de atenção e dificuldades auditivas não orgânicas.
- Crianças com suspeita de distúrbio de aprendizagem, cuja queixa é apresentada pelos pais ou professores.
- Crianças encaminhadas por apresentarem distúrbio de comportamento social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1 CIASCA, S. M. (org.) Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, 220p.2 MÖOJEN, S. M. P. Caracterizando os Transtornos de Aprendizagem. In: BASSOLS, A. M. S. e col. Saúde mental na escola: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003.3 AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.4 http://www.nimh.nih.gov/publicat/learndis.htmFonte imagem:




 Publicado em 01/11/2010

Diabetes não controlada aumenta perda auditiva em mulheres

Controle do diabetes: pacientes com a doença devem monitorar as taxas de açúcar no sangue constantemente
Controle do diabetes: pacientes com a doença devem monitorar as taxas de açúcar no sangue constantemente
(Jeffrey Hamilton/Thinkstock)

Estudo mostrou que mulheres que não controlam diabetes podem ter mais problemas para ouvir do que aquelas que controlam a doença.

Mulheres com diagnóstico de diabetes podem ter maior perda auditiva à medida que envelhecem. O problema pode piorar principalmente se a doença não estiver sendo controlada com medicamentos. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores do Hospital Henry Ford, em Detroit. Entre os homens, a perda foi pior tanto para os que tinham diabetes como para os que não tinham a doença.
Para o estudo, os pesquisadores revisaram registros médicos de 990 pacientes que fizeram exames de audição entre os anos de 2000 e 2008. Depois, eles foram divididos em categorias por gênero, idade e se tinham ou não diagnóstico de diabetes. Então, aqueles que tinham diabetes foram separados em dois grupos: os que controlavam bem o diabetes e os que não faziam controle da doença com medicamentos.
De acordo com os resultados da pesquisa, mulheres com idades entre 60 e 75 anos e que não controlavam a doença tinham mais riscos de ter perda auditiva. Já as idosas que usavam medicamento para evitar a piora do diabetes tinham níveis de audição tão bons quanto as que não eram diabéticas.
O estudo também mostrou uma piora significativa da audição em todas as mulheres com menos de 60 anos com diabetes, mesmo que controlada, em comparação com aquelas que não tinham diabetes. Para os homens, não houve diferença significativa na audição entre aqueles com diabetes bem ou mal controlada.
"Certo nível de perda auditiva é normal no processo de envelhecimento para todos nós, mas muitas vezes essa perda é acelerada em pacientes com diabetes, especialmente se os níveis de glicose no sangue não estão sendo controlados com medicação e dieta", disse Derek J. Handzo, do Departamento de Otorrinolaringologia Cabeça e Pescoço do Hospital Henry Ford. "Nosso estudo chama a atenção para importância de controlar o diabetes nos pacientes, principalmente à medida que envelhecem", afirmou.
Entre os sinais de perda auditiva estão dificuldade de ouvir barulhos ou de ouvir conversas em grandes grupos de pessoas, além de ter que aumentar o volume da televisão ou do rádio.
Apesar da associação entre diabetes e perda auditiva já ter sido estudada anteriormente, a nova pesquisa mostra mais sobre a possibilidade de diminuir os níveis da perda auditiva em mulheres, caso a doença seja controlada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 10 milhões de pessoas são portadoras da doença e aparecem 500 novos casos por dia.

I SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO E NA DEFICIÊNCIA



Trata-se de um seminário temático com foco na velhice e na situação de deficiência, envolvendo as áreas de saúde, educação, serviço social, políticas públicas e áreas afins. Tem como objetivo promover um intercâmbio internacional para o debate acadêmico e técnico voltado ao envelhecimento e à deficiência, na perspectiva da qualidade de vida.

Inscrições : http://simposio-internacional-2013.webnode.com/

SEMINÁRIO INTERNACIONAL 2013
Campus Avançado Asa Norte, SGAN 916 Módulo B
(61)3448-7228 ou (61)3448-7127

Inscrições

Atenção: as inscrições pelo site estarão disponíveis no período 28 de agosto de 2013 a 15 de setembro de 2013. Após esta data, as insrições serão aceitas somente no dia 19 de setembro no local do evento de 19h às 20h.

Vagas limitadas!


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Divulgação : VI CONFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL


http://conferenciaemeducacaoespeciadf.webnode.pt/inscricao2013/

CONTEÚDO PALESTRAS 09 A 13 DE 2013
  • 09/09/2013- 14H- Desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de Down
  • 10/09/2013- 8H- Importância das Redes Sociais na Área dos Transtornos do Espectro Autista.
  • 10/09/2013- 14H- Avaliação Neurológica Cognitiva e Comportamental das Doenças Genéticas
  • 11/09/2013- 8H- Currículo Funcional Natural
  • 11/09/2013- 14H- Inclusão Escolar de Alunos com Autismo
  • 12/09/2013- 8H- Entendendo o TDAH
  • 12/09/2013- 14H- Entendento a CIF- Classificação Internacional de Funcionalidades
  • 13/09/2013- 8H- Síndrome de Down: aspectos clínicos práticos
  • 13/09/2013- 14H- Abordagem Fono- Visuo- Articulatório: Método das Boquinhas
 CONTEÚDO MINI- CURSOS 09 A 13 DE 2013
  • MINI- CURSOS A (Alfabetização Pelo Método das Boquinhas e Jogos )– MATUTINO (8 às 12, 2ª a 6a )
  • MINI- CURSOS B (PNL- Programação Neurolinguística Aplicada ao Ensino e à Aprendizagem )– VESPERTINO (14 às 17, 2ª a 6a )
  • MINI - CURSOS C  (Aprenda a Ler com o Corpo: do Método Multissensorial   Cinestésico ao Jogo)– MATUTINO E VESPERTINO (8  às 17, 2ª a 6a )
  • MINI - CURSOS D (PECS/ Intervenções Pedagógicas para Classes Especiais de Alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento)– MATUTINO E VESPERTINO (8 às 17, 2ª a 6a )
  • MINI - CURSOS E  (SALA DE RECURSOS )– MATUTINO (8 às 12, 2ª a 6a )
  • MINI - CURSOS F  (SALA DE RECURSOS )– VESPERTINO (14 às 17, 2ª a 6a )
  • MINI - CURSOS G (Neuroaprendizagem na Educação Inclusiva)– MATUTINO (8 às 12, 2ª a 6a )
  • MINI- CURSOS H (disgrafia, dislalia, dislexia, diagnóstico, disortografia)– VESPERTINO (14 às 17, 2ª a 6a )
  •  MINI- CURSOS I (Oficina de Cubos Matemáticos para Alunos com Deficiência Intelectual)– VESPERTINO (14  às 17, 2ª a 6a )
CONTEÚDO OFICINAS 09 A 13 DE 2013
  • OFICINA (GRAFISMO INFANTIL, 09/09) – MATUTINO – 8H ÀS 12H
  • OFICINA (FORMAÇÃO NO CONCEITO NEUROEVOLUTIVO BOBATH, 10/09) – MATUTINO – 8H ÀS 12H
  • OFICINA (OFICINA DE CUBOS MATEMÁTICOS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, 10/09)– VESPERTINO- 14 ÀS 17H
  • OFICINA ( LITERATURA AFETIVA E INCLUSIVA, 11/09) – MATUTINO – 8H ÀS 12H
  • OFICINA (AFETIVIDADE E RESILIÊNCIA, 11/09) – VESPERTINO – 14H ÀS 17H
  • OFICINA (CRIATIVIDADE, 12/09) – MATUTINO – 8H ÀS 12H
  • OFICINA (OFICINA PARA CONTAR HISTÓRIAS, 12/09) – VESPERTINO – 14H ÀS 17H
  • OFICINA (ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE 1-  13/09), – MATUTINO – 8H ÀS 12H
  • OFICINA (ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE 2-  13/09), – VESPERTINO – 14H ÀS 17H
  • OFICINA ( OFICINA PEDAGÓGICA, 11/09) – MATUTINO – 8H ÀS 12H

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cuidados especiais para quem utiliza a voz profissionalmente



http://www.fonoaudiologia.com/trabalhos/estudantes/estudante-005.htm

Os profissionais da voz são todos os indivíduos que tem como seu instrumento de trabalho a VOZ, ou seja, dependem da voz para exercer a sua profissão.
Os chamados profissionais da voz são: Cantores, Atores, Professores, Pastores e Padres, Advogados, Juízes, Promotores, Repórteres, Radialistas, Operadores de telemarketing, Leiloeiros, Políticos, Dubladores, Vendedores, etc.
A voz é algo tão característico e importante como a nossa própria fisionomia e impressão digital ela varia de acordo com o sexo, idade, profissão, personalidade, estado emocional e a intenção que a usamos. É através da nossa voz que expressamos nossos sentimentos, emoções, idéias e pensamentos. Ela também mostra quem nós somos, além de conseguimos nos comunicar com outras pessoas só utilizando a voz, como por exemplo em uma conversa ao telefone, e seremos compreendidos perfeitamente.
A voz é produzida a partir do ar que saí dos pulmões, passa pela laringe, onde estão localizadas as pregas vocais, as mesmas no momento da expiração, aproxima-se e vibram, produzindo assim o som. Este som, que de início é baixo e fraco, será amplificado pelas cavidades de ressonância (que são a faringe, boca e nariz). Após amplificado, o som será articulado na cavidade oral , por meio dos lábios, bochechas, língua, palato e mandíbula.
Todos precisam ter cuidados com a voz, mas para quem utiliza a voz profissionalmente, é preciso ter alguns cuidados vocais essenciais, com isso é possível manter a integridade vocal. Vejamos alguns destes cuidados :
  • DEVE-SE BEBER, EM MÉDIA DOIS (2) LITROS DE ÁGUA POR DIA, de preferência em temperatura ambiente.
  • DURANTE A ATIVIDADE VOCAL, DEVE-SE BEBER ALGUNS GOLES DE ÁGUA, para umidificar a garganta. A água deve estar em temperatura ambiente, para que não ocorra o choque térmico.
  • EVITAR QUALQUER TIPO DE COMPETIÇÃO SONORA.
  • EVITAR BEBIDAS ALCOOLICAS, pois o álcool tem um efeito anestésico, assim provoca a diminuição da sensibilidade, é onde na maioria das vezes ocorre um abuso vocal, lesando as pregas vocais.
  • EVITAR GRITAR E TOSSIR, pois provoca um intenso atrito nas pregas vocais, podendo lesioná-las
  • NÃO FUMAR, a fumaça irrita a mucosa da laringe, acumulando secreções nas pregas vocais, e o ressecamento da mesma mucosa.

  • EVITAR O AR CONDICIONADO, pois provoca o ressecamento das mucosas, alterando a vibração das pregas vocais. Se não for possível evitar o ar condicionado, procure sempre beber água, durante todo o tempo que estiver exposto a ele.
  • EVITAR O CONSUMO DE LEITE, CHOCOLATE E SEUS DERIVADOS ANTES A INTENSA ATIVIDADE VOCAL, pois esses alimentos aumentam a secreção de muco no trato vocal.
  • PROCURE CONSUMIR ALIMENTOS FIBROSOS, como maçã, que é um adstringente, ou seja, agem limpando a boca e faringe
  • PROCURE INGERIR SUCOS E FRUTAS CÍTRICAS
  • PROCURE ESTAR VESTIDO (A) O MAIS CONFORTÁVEL POSSÍVEL, para que o seu vestuário não atrapalhe o fluxo respiratório, nem mau postura.
  • DURANTE A FONAÇÃO, MANTENHA A CABEÇA RETA, UMA POSTURA ERETA COM OS DOIS PÉS APOIADOS NO CHÃO, pois assim permite a passagem do ar sem dificuldades e o diafragma trabalha melhor.
  • ARTICULAR BEM AS PALAVRAS, usando também expressões faciais para evitar o abuso vocal.
  • Se a disfonia (rouquidão) persistir por mais de 15 dias, procure um fonoaudiólogo
Alguns exercícios de relaxamento e aquecimento podem ser feito antes da atividade vocal como: Rotação da língua no vestíbulo da boca, Lateralidade da língua (empurrar a língua contra a bochecha), Vibrar a língua, Vibrar os lábios, Bocejar, Protusão dos lábios (fazer bico como se fosse dar um beijo), Retração dos lábios, Rodar o pescoço em todas as direções , entre tantos outros exercícios.
O que mais afeta aqueles que utilizam a voz profissionalmente é a disfonia, que é conhecida popularmente como rouquidão .
Disfonia é um distúrbio de comunicação, caracterizado pela dificuldade na emissão vocal, apresentando um impedimento na produção natural da voz. Pode ser ocasionado por uma disfunção, abuso vocal ou uso incorreto da voz, é mais freqüente em indivíduos que utilizam abundantemente a voz diariamente de uma forma incorreta.
A disfonia é divida em: Disfonias Funcionais, Disfonias Orgânico - Funcionais e Disfonias Orgânicas.

  • Disfonias Funcionais:
São aquelas que não apresentam nenhuma alteração visível nas pregas vocais, elas são decorrentes do mal uso ou do abuso da voz. Geralmente ocorrem em profissionais da voz que não tem nenhum tipo de orientação. Existem 3 fatores que podem vir a desencadear uma disfonia funcional:
  • Uso incorreto da voz :
Ocorre em pessoas, sejam profissionais da voz ou não, que utilizem a voz abundantemente durante todo dia, sem ter nenhuma noção de como usa – lá corretamente.
  • Inadaptações Vocais :
Não existe, no corpo humano, um aparelho que tenha por função específica a fonação, mas o que temos é uma adaptação de várias estruturas, formando assim o aparelho fonador. Quando não existe uma boa adaptação destas estruturas, ocorre o que chamamos de Inadaptações Vocais.
  • Alterações Psicoemocionais:
Nossas emoções influenciam e são responsáveis por mudanças na nossa voz. A voz, como já foi dito anteriormente, faz com que nos comuniquemos com outras pessoas; se temos alguma emoção muito forte (raiva, ansiedade, alegria), poderá repercutir em nossa voz, provocando uma disfonia funcional.
  • Disfonias Orgânico – Funcionais:
São, em geral, iniciadas com uma disfonia funcional que tem seu diagnóstico tardio, como a disfonia funcional não foi tratada, então ela evolui para uma lesão secundária nas pregas vocais.
  • Disfonias Orgânicos :
São aquelas que apresentam uma alteração anatômica nas pregas vocais.
Existem vários tipos de alterações anatômicas, veremos algumas:
  • Nódulos :
São tumores benignos nas pregas vocais, podem ter sua origem no mau uso da voz. O tratamento é feito através de fonoterapia e só em alguns casos tem que haver uma intervenção cirúrgica.
  • Pólipos:
São tumores benignos nas pregas vocais. O seu tratamento é cirúrgico, e seguido de fonoterapia.
  • Paralisia das pregas vocais:
Ocorre devido a uma lesão nervosa, podendo atingir uma prega vocal ou ambas. Isso pode acontecer por alterações cerebrais, ou alterações cardíacas, ou tumores. O tratamento é feito através de fonoterapia, e em alguns casos é necessário realizar cirurgia com o objetivo de melhorar o posicionamento das pregas vocais.
  • Câncer:
É um tumor maligno que localiza-se nas pregas vocais. Ocorre com maior freqüência em fumantes. O tratamento pode ser cirúrgico ou radioterápico.

Para maiores esclarecimentos sobre disfonia, ou caso a rouquidão permanecer mais de 15 dias, procure um fonoaudiólogo.
Indico este livro:
BEHLAU, Mara ; PONTES, Paulo. Avaliação e Tratamento das Disfonias. São Paulo:Lovise, 1995